Por Sarah Lima
Circo: um espetáculo que mobiliza platéias do mundo inteiro.
No mundo do entretenimento, o circo ocupa uma posição privilegiada entre todas as formas de diversão existentes e ainda atrai a atenção de muitos espectadores e impressiona pela grande variabilidade de atrações e o rico campo de referências culturais utilizado.
Foi no século XVIII que o picadeiro e as mais conhecidas atrações circenses foram se consolidando.
Na Idade Média, vários artistas saltimbancos vagueavam pelas cidades demonstrando suas habilidades ao ar livre em troca de algumas contribuições.
O primeiro a sistematizar a idéia do circo como um show de variedades assistido por um público pagante foi o inglês Philip Astley em 1768. Com o sucesso de suas atrações, sua companhia passou a apresentar-se em Paris.
Nessa época, o domador Antoine Franconi ingressou na companhia de Astley. Durante a Revolução Francesa, em 1789, Astley foi obrigado a abandonar a França e Franconi se tornou um dos maiores circenses do país.
No século XIX, o primeiro circo atravessou o oceano Atlântico e chegou aos Estados Unidos. O equilibrista britânico Thomas Taplin Cooke chegava com seu conjunto de artistas na cidade de Nova Iorque.
As constantes mudanças de cidade em cidade incentivaram a criação de técnicas logísticas que facilitavam o deslocamento dos espetáculos. Tais técnicas, devido sua grande eficácia, chegaram a despertar o interesse dos altos escalões militares que se preparavam para os conflitos da Primeira Guerra Mundial.
Um palco, iluminação e muitas pessoas apresentando atrações diferentes. Assim como no circo a moda também desperta muito interesse dos espectadores.
Hoje um desfile de moda é apenas uma peça de marketing (99% do mercado acontece fora dos holofotes) e seu objetivo é apenas vender o que um estilista ou marca está disponibilizando no mercado.
Antigamente os desfiles de moda eram uma tentativa dos modistas de inovar a apresentação de suas criações e sair da habitual vitrine.
Historicamente, Lady Duff Gordon, uma costureira inglesa foi a responsável pela introdução de "paradas de manequins" no mercado de moda, ela organizava horários definidos para acontecer os desfiles que se repetiam exaustiva e diariamente durante um mês em sua loja.
Essa ferramenta de comunicação começou a ser usada em Londres, New York e Paris nas primeiras duas décadas do século XX.
Porém, em meados do século XIX, Gagelin, mercador de tecidos parisienses, já empregava modelos para andarem em seu estabelecimento enrolados nos xales que estavam à venda, enquanto seu balconista Fréderic Worth, negociava os preços.
E Fréderic se tornou estilista, foi considerado o pai da Alta-Costura e trabalhou junto com sua esposa Marie Vernet que também servia de modelo para suas criações. Em 1858 ele abriu sua Maison de couture exibindo sua coleção 2 vezes por ano sem datas fixas.
As datas fixas só vieram em 1918, em Paris, por motivos comerciais e de organização da cadeia produtiva. As apresentações Européias nasceram ligadas aos compradores de moda, enquanto as norte-americanas passaram a ser voltadas exclusivamente à imprensa feminina ou especializada.
No Brasil, os desfiles começaram cerca de 20 anos depois, na década de 40, com as apresentações realizadas pela Casa Canadá, no Rio de Janeiro, e pela Casa Vogue, em São Paulo, seguindo a concepção européia.
Nos anos 60 e 70 a Rhodia investiu em grandes desfiles em São Paulo, enquanto o grupo Moda Rio, que fez grandes apresentações em praça pública como grandes espetáculos.
Nos anos 80 quase os eventos sumiram, retornando na década seguinte com eventos de novos talentos, calendários de shoppings e desfile de escolas de moda. Desta época nasceram os dois maiores eventos de desfiles de moda do Brasil: o São Paulo Fashion Week (antes Morumbi Fashion) e o Fashion Rio (antigo Barra Shopping Fashion), hoje esses eventos são parte do calendário internacional da moda.
Referências, fontes: http://www.historiadomundo.com.br, http://soteropolisfashion.blogspot.com
